Não é novidade. Periodicamente jornais e telejornais noticiam os mais diversos equipamentos (sem falar em remédios) apodrecendo em depósitos pela incompetência dos nossos políticos ou pela buRRocracia brasileira. Eu disse "incompetência"? Disse "buRRocracia"? Errado. É pura corrupção, só isso.
Explico. A coisa acontece a partir de um dos modelos (existem outros), apenas com variações ajustadas à natureza do que está sendo comprado. Usemos como exemplo o caso em pauta. Um prefeito recebe, sem que tenha pedido, um lote de bicicletas compradas por alguém de uma instância federal, ou seja, não "levou nada" e ainda tem que distribuir em nome do partido no poder federal, que o seu apoiava, mas não apoia mais. Põe tudo num depósito e esquece, inclusive de avisar seu sucessor.
Eu disse que há outros modelos, um deles exemplificado por uma historinha bem ilustrativa que ouvi um tempo atrás. Um político, justificando uma verba do governo federal à sua disposição dependendo apenas dele definir o destino, pergunta a um fornecedor quanto "sobraria" para ele no caso de aplicar o valor em alguma compra de sua empresa. Ao ouvir a "estimativa", ele diz: "Ah, não! É muito pouco! Se é assim, eu prefiro conversar com uma construtora."
Quando você souber de uma ponte sem estrada, de uma estrada que não chega a lugar algum, de equipamentos médicos sem hospital, hospital sem equipamentos médicos, bicicletas em depósitos e outros casos semelhantes, saiba que a regra é:
Não importa o quê, só importa o quanto.
Lembre também que Roberto Jefferson e Paulo Roberto Costa denunciaram que o PT institucionalizou a regra dos 3%: "sobre o valor de TODO fornecimento para empresa estatal, autarquia ou órgão público" incide um repasse de 3% para os cofres do partido na esfera de poder em questão. Eu me arrisco a dizer que se se procurar um pouco mais vamos encontrar um "estímulo por fora" para quem vai apor sua assinatura no contrato de compra.
Você tem alguma sugestão para resolver eticamente a combinação B&C (buRRocracia & corrupção)?
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