quarta-feira, 8 de outubro de 2014

DE BICICLETAS A EQUIPAMENTOS MÉDICOS

Escrevo no exato momento em que ouço as notícias do "Bom Dia Brasil" deste 8 de outubro de 2014. A que me chama a atenção é: "Crianças vão a pé para a escola enquanto bicicletas novinhas do programa "Caminho da Escola" do Governo Federal, enferrujam, há três anos, num depósito da prefeitura de Arataca, a 500 km de Salvador. O porta-voz da Prefeitura deu como razão "falha no processo de transição de governo". Três anos?

Não é novidade. Periodicamente jornais e telejornais noticiam os mais diversos equipamentos (sem falar em remédios) apodrecendo em depósitos pela incompetência dos nossos políticos ou pela buRRocracia brasileira. Eu disse "incompetência"? Disse "buRRocracia"? Errado. É pura corrupção, só isso.



Explico. A coisa acontece a partir de um dos modelos (existem outros), apenas com variações ajustadas à natureza do que está sendo comprado. Usemos como exemplo o caso em pauta. Um prefeito recebe, sem que tenha pedido, um lote de bicicletas compradas por alguém de uma instância federal, ou seja, não "levou nada" e ainda tem que distribuir em nome do partido no poder federal, que o seu apoiava, mas não apoia mais. Põe tudo num depósito e esquece, inclusive de avisar seu sucessor.

Eu disse que há outros modelos, um deles exemplificado por uma historinha bem ilustrativa que ouvi um tempo atrás. Um político, justificando uma verba do governo federal à sua disposição dependendo apenas dele definir o destino, pergunta a um fornecedor quanto "sobraria" para ele no caso de aplicar o valor em alguma compra de sua empresa. Ao ouvir a "estimativa", ele diz: "Ah, não! É muito pouco! Se é assim, eu prefiro conversar com uma construtora."

Quando você souber de uma ponte sem estrada, de uma estrada que não chega a lugar algum, de equipamentos médicos sem hospital, hospital sem equipamentos médicos, bicicletas em depósitos e outros casos semelhantes, saiba  que a regra é:

Não importa o quê, só importa o quanto.

Lembre também que Roberto Jefferson e Paulo Roberto Costa denunciaram que o PT institucionalizou a regra dos 3%: "sobre o valor de TODO fornecimento para empresa estatal, autarquia ou órgão público" incide um repasse de 3% para os cofres do partido na esfera de poder em questão. Eu me arrisco a dizer que se se procurar um pouco mais vamos encontrar um "estímulo por fora" para quem vai apor sua assinatura no contrato de compra.

Você tem alguma sugestão para resolver eticamente a combinação B&C (buRRocracia & corrupção)?

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